A VACA DE EUSÉBIO
Da cisterna bebeu a coxa vaca de Eusébio
A água pútrida e verde do sertão
Vazava olhos pelos lingotes de fogo
Mais inda esquivos, mores e sãos.
Tamanha a pata da coxa vaca de Eusébio
Que mistérios não tinha, só cores
Havia sangue em indolor fleimão
Que ardia nas manhãs como ódio, como ódio.
Maldita fúfia e coxa vaca de Eusébio!
Nem histórias apreciava lecionar; era safa
Deglutindo entregoles de cicuta com sal
Armas as quais exibia, ferozmente.
Maldita, maldita vaca de Eusébio!
Ao longe, cantava o pároco sermão prateado
Crivado das caprichosas ladainhas
Mugindo, ruminando, defecando e sorrindo.
Maldito pároco!
Atraiu para si a safa vaca de Eusébio
Que, ao vê-lo sorrindo e defecando ladainhas
Pôs-se a cantarolar e a se embebedar da água.
Ó maravilhosa vaca de Eusébio!