POR QUE CORREMOS TANTO?
Ocorre...
Esforça-se bonança, raspa a fuça
Assim, ocorre a mim...
A vida
Que nada é, sem a nobreza da lida
E inda pulsa.
Indócil...
Fere a querida fonte e um monte de cisma
Prefere...
Amoitar-se na calada do dia
- que se esvai e sai pelo flanco -
À noite?
Ah, enquanto cios e lampejos balançam no ar, a vida toma forma bruta de amar!
Para sempre...
Satisfaz-se a dama da aurora, por hora
Atenta aos gozos cálidos como invernadas no campo
Escutando beijos, sentindo tudo e um tomo de pejo
E assim, ocorre a mim...
Por que corremos tanto?
Nessa atmosfera rendida, escapa-nos o mel, o céu e o holocausto
Esta é a essência em incomensurável amplidão.
Então, puxe a cadeira, gire a tampa da botelha, contemple o tilintar do gelo e...
Viva!