POR QUE CORREMOS TANTO?

Ocorre...

Esforça-se bonança, raspa a fuça

Assim, ocorre a mim...

A vida

Que nada é, sem a nobreza da lida

E inda pulsa.

Indócil...

Fere a querida fonte e um monte de cisma

Prefere...

Amoitar-se na calada do dia

- que se esvai e sai pelo flanco -

À noite?

Ah, enquanto cios e lampejos balançam no ar, a vida toma forma bruta de amar!

Para sempre...

Satisfaz-se a dama da aurora, por hora

Atenta aos gozos cálidos como invernadas no campo

Escutando beijos, sentindo tudo e um tomo de pejo

E assim, ocorre a mim...

Por que corremos tanto?

Nessa atmosfera rendida, escapa-nos o mel, o céu e o holocausto

Esta é a essência em incomensurável amplidão.

Então, puxe a cadeira, gire a tampa da botelha, contemple o tilintar do gelo e...

Viva!

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 27/11/2009
Código do texto: T1947598
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