R E N Ú N C I A

À tua presença, uma emoção

Aos teus carinhos, desejados

Aos teus encantos, lindos

Ao meu amor e ao teu por mim.

Aos teus olhos meigos, que me comovem

Ao teu doce beijo, que me alucina

À tua voz serena, que me acalma

À tua pele macia, que me arrepia.

À alegria de estarmos juntos

Ao convite ao amor que nos fizemos

Aos sonhos que construimos

Ao recomeço da vida em cada encontro.

Por que a renúncia? Não sei dizer

Já não me entendo a mim

Talvez seja um simples momento

De insegurança, de fuga, de reflexão.

Fuga da felicidade? Da alegria?

Do bem estar, do aconchego?

Ou medo do amanhã que virá

E do que ele pode trazer consigo.

Já não me permito ver adiante

Vislumbro apenas sombras informes

Perdi o caminho, o rumo, o norte

Por isso essa renúncia, estranha.

Adeus? Não sei ainda, não posso dizer

Até logo? Quem sabe, talvez

Até amanhã? Gostaria que fosse assim

O que me falta afinal? Afirmação?

Preciso de luz que me ilumine

Preciso de coragem, para prosseguir

Preciso de lucidez, para decidir

Preciso de alguém, sabes de quem?

Augusto Canabrava
Enviado por Augusto Canabrava em 01/12/2009
Reeditado em 28/02/2010
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