A bela da tarde

Bela flor em botão que à noite vai às balalas

Como pétalas perfumadas. Tu és bela, que pensas,

Cresces como rosa sem preconceito e não és branda

De amor, és frágil e muitas vezes desprotegida.

Dália no pé corada, de coloridas corolas e fé liberada.

Ah, jovem moça da tarde o que foi que te aconteceu

Para assim guiar o pólen que Deus a ti confiou?

Entretanto, livres sorrisos em tua casa acesa

Exibindo o vermelho dos dentes dizendo algo

Sobre o amor e as vezes cantarolando gritas como coruja

Ao luar. Que em tua rua deserta rola vagando ao léu,

Porém, que luz bendita de estrela em teus olhos de jabuticabas

Maduras. Em teus olhos negros vejo o quanto falas:

Meninos entrem e venham ficar comigo!

Sinto então o teu tesão agitar-se imediatamente

O amor descontrolado com que o controlas. Ó piedosa! Lisa,

Glútea amante cheirando jasmim e espalhando cantos felizes

Com perspectivas futuras, cantas, mãe moça, a melodia do

Do cantar noturno.Loira, branca e morena próximas do

Choro. Como padeces, que calmaria deve falar em ti

Esse grande astro tranqüilo dos deuses e dos ídolos!

E o refutar dos gritos com o qual aumentas a prudência

Como se parece com a luz acesa, escrutina de um campo-santo

Formado de lembranças! Profusões, ponto estacionário da

Rapaziada, corredor dos carentes! Belíssima mulata

Ornada de fantasia vives a festa da primavera pelas casas noturnas

Da cidade fazendo carnaval? Para onde quer que vão teus cantos

Para onde quer levar teu barco? Por que te deixas paradas

Simpáticas e delicadas nos jardins desse colorido espaço

De tontos girassóis? Pó que não te massacra, ó amiga? Ou melhor

Apague as chamas dessa roupa que te queimas e não te colocas em tochas em prol desse garotos que nada tem a oferecer neste mundo de Deus

R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 17/07/2006
Reeditado em 17/07/2006
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