Cinco Séculos de Versos
Dunas versejadas pelas alvas areias
Propósitos insanos, maquiavélicos ramos
Tempestade de mentira em rubros pomos
Corados tomos, insipidezes e vilanias.
Negativas formas de amar o belo
Sê-lo, da maneira mais digna e afável
Entornar à inclinação da taça, o pé etílico
Rotas torrentes que rumam, que domam.
Sóis em nasceres sísmicos, cobras ao vento
Tenazes rumos das coisas que lembro, um pouco
Casas de várias paredes pendendo em quadros de alcova
Mero despautério range a perna que passa, e assalta a geladeira.
Manhã inteira nos interstícios alveolares
Meandros escusos não faltam à vida
Trazendo da morte, gente, temente ventre
Numa noite pura, velejam os sonhos.