UM DIA HEI DE CANTAR A DOR

Um dia cantarei a dor, com a voz trémula e angustiada!...

Para onde quer que me vire, vejo e sinto prantos que brotam em cascatas desesperadas.

- Tanto sal a brilhar na face daqueles que não abafam a dor, pois no seu peito não cabe mais sofrimento retraído.

- Nascentes do meu mundo, correndo a céu aberto por leitos de ribeiros que hão-de ir alimentar o oceano dos desencantos.

E que dizer dos rios que permanecem incógnitos debaixo da superfície, a corroer o corpo e a alma de inúmeros seres humanos?!...

- Lençóis de águas represadas, aquíferos de amargura que nunca chegam a ser luz aos olhos do mundo.

Como não cantar a dor, se ela habita o peito de cada um de nós e faz-nos a todos escravos sob o peso de sentimentos continuamente ultrajados?!...

Sim!... Um dia hei-de cantar a dor.

E com o meu cântico, farei um mundo melhor!

21.07.2009, Henricabilio

HENRICABILIO
Enviado por HENRICABILIO em 17/04/2010
Reeditado em 24/03/2012
Código do texto: T2202854
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