Outonal

As águas perrengues e orvalhantes retiram-se apressadas

Aos meus olhos somem sem fôlego as paisagens de verão

Pulsa no peito um suspiro fresco, brando e avermelhado

Eu sinto que virás qual destino, feito brisa, tal anunciação

Posso ver o teu vulto singelo feito sombras e feições...

Não aparento e nem escondo pressa alguma

ainda que te perceba ali do outro lado da porta...

Este mundo forma uma densidade intrascritível

mas sei que és apenas um nesta numerosa multidão

de tanto te esconderes, acharás estrada até mim...

Às vezes corro ao teu encontro em noites quase frias

Entre ruas sem saídas recolho frutos maduros ao chão

Sob troncos rertorcidos muito cedo posso te encontrar...

Um dia busquei-te em segundo imaginando lugar longe

Pontualmente descobri tua imagem qual fosse a minha...

Tão cedo chegará o inverno e necessito que me aqueças

Por tal poema de outono, achar-te neste sonho preparado...

Sei que estás do outro lado da porta que desejo abrir

Por isso outono desvendado bem antes que amanheça

E eu te tenha fruto maduro pra tantas e todas estações.

Nalva
Enviado por Nalva em 04/05/2010
Reeditado em 18/05/2010
Código do texto: T2236324
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