O GOZO
Ao sonhar, veio-me de encontro o mar
A amar, relinchou coxa e cínica vaca
Outra vez, a alvorada irrompeu no estro
Sabe os dias, conta os átimos a vaguear, longínquo.
Nega a flor!
Resiste ao limo – mesmo prófugo – o pegajoso riso do pretérito
O cais ensangüentado
Que rege a lua hipócrita.
Quantas canções caem com a tarde gélida?
De estribilhos vagos e grises
Intercedendo, invadindo, gozando
Em ternos suspiros, sob o pejo olvidado do torpor.
Ah, quanto imaginar!
Ao pensar, fez-se o óleo
A lambuzar a tez, a lamentar com o esquife
A marulhar com o azul molhado e melado.