O TEU CREPÚSCULO É O RENASCER DO MUNDO
Que lhe dote de primazia o céu
- apolítico e inverossímil –
Que lhe seja indócil a lida
- com seus tentáculos e feridas –
Que a corja falha lance sobre ti os ferros
E estupore vil fleimão a lhe flambar por inteiro.
Que ressurja a amendoada ira
- capciosa e perpétua –
A lhe varar dum lado ao outro
Que lhe sufoquem os gélidos sonhos
E que em ti, invagine a gota de fel
- adiposa em vez de serena.
Que lhe ranjam os dentes ferinos da moribundez
Ao passo lento e envelhecido da epopéia
Que lhe sirvam as Blatellas e as Periplanetas
- suas gueixas, a partir de hoje –
E lhe virem do avesso mais secreto que há
- sempre do sul para a morte.
Assim, deste único e irrestrito modo
Estarei a vigiar tais anjos coxos ou fadas nigérrimas
Que por ventura, mover-se-ão a intervir
E as mascarei tal fumo de corda
Podendo cuspir sobre suas ventas
O gosto amargo e silente da indiferença.