Solidão

Boa noite solidão, que entra pela janela do meu quarto sem uma palavra, na surdina da noite. Não te escondas por trás das sombras.
Escuta a chuva soluçando na vidraça, descalça e nua a sussurrar promessas, gotas d´água a desenhar mil ternuras na minha pele.
Quero teu abraço cego
Sinto a falta, não o nego...
O teu corpo solidão, deitado no lugar dele, aumenta a minha dor, constrói a minha loucura
Deixa espalhados pelo chão, cheiros do nosso amor, noites longas de doçura.
Boa noite, solidão. Vem sem palavras
Não é teu silêncio que me machuca.
Não é tua presença que me enlouquece.
Vem e deposita no meu rosto o beijo que já não tenho...
Vem e me aquece.