Foi nada

Foi nada!

Não conseguiu me dar um motivo e eu sabia de todos.

Aquela cara esticada e limpa e eu de mãos sujas.

Volta aqui e eu lhe dou mais uns bons motivos na cara!

Vai sair de novidade que eu fico aqui de mesmice.

Não aprendeu com a gota d'água?

Enfia sua juventude no cu e me esquece.

Eu aprendi!

Aproveita os novos que dos velhos tiro proveito eu.

Das coisas velhas, da casa velha, das roupas velhas, do corpo velho...

Não pensa que vai deixar vazio, que de vazio já bastaram os anos todos.

Eu ocupo a casa e me encho.

Não justificou uma falta e queria outra foda.

Foda-se! A migalha é sua, fica com ela, eu não quero!

Eu não aceito a canalhice, a palha sempre foi sua, vá embora.

Dormia na minha cama, mas só me queria no tapete.

Era com o suor das suas costas que eu limpava o sangue dos meus joelhos.

Tom de arrependimento que nada.

Falei foi bem batendo o pé

Batendo a cara.

Bate aqui na minha cara e vai ver se a gente não esvazia esse tanque.

Te esvazio os bolsos na porrada.

De bilhete já tomei porre, enxaqueca de perfume.

O pano na pedra tirando mancha e o batom comendo as minhas unhas.

É pouca manga e muito pano.

Dá as caras, faz sujeira, ajeita a calça, vira o assunto e sai de farra.

Ainda me pergunta?!

Ah, bate aqui na minha porta e cê vai ver se isso foi nada.