AMIGO DO PEITO

Dia desses, resolvi enumerar meus melhores amigos. Aqueles para os quais eu poderia contar a última piada que aprendi ou falar do meu receio de ter contraído uma pneumonia, Aqueles aos quais eu poderia convidar para tomar uma cerveja no boteco da esquina ou para ir à biblioteca pública, me ajudar numa pesquisa sobre os fundamentos da religião. Aqueles, por fim, aos quais eu às vezes preciso convidar para virem à minha casa para tomar um café ou participar de um churrasco, mas que nunca esperam convite para aparecer com o seu otimismo, com sua força e com a sua alegria quando alguma coisa não vai bem para mim ou para aqueles a quem amo.

Pensei em enumerá-los por uma sugestão do "Dia do Amigo".
Peguei papel, caneta, escolhi um CD instrumental , coloquei no "micro sistem" abaixei o volume, enumerei o papel de um a dez e procurei concentrar-me para iniciar a tarefa.

Uma ou duas horas depois, sem que pelo menos me desse conta de que o CD, há muito tempo houvera parado de tocar,  olhei o papel a minha frente e seu nome era o único da lista.

Tenho muitos amigos, eu sei! Bons amigos... mas as amizade que realmente contam, que realmente fincam raízes no fundo de nossa alma, são aquelas construídas em si mesmas, gratuitamente, e que fazem do outro o nosso "Amigo do Peito" mesmo que eu nunca o tenha chamado de amigo. Tipo... a gente é amigo porque tinha que ser. Não planejamos isso. Assim são relações! Elas absorvem de nós, imperceptivelmente, aquilo do que precisam para o seu fortalecimento. Por isso eu não me houvera dado conta, até hoje, de como você era tão importante para mim, tão fundamental, tão único... Obrigado meu amigo.
Guardarei com carinho o meu melhor abraço e o mais sonoro "eu te amo" para quando a gente se encontrar. Se eu te der apenas o abraço e não for capaz de dizer "eu te amo", por favor meu amigo, leia isso no brilho da festa  de minhas pupilas. Deus te ilumine!