Selva de Pedra
Tere Penhabe

Caminho pelas ruas, colhendo histórias nas janelas
haverá paz, amor e união... em quantas delas?
Numa em que a cortina repousa serena, de cores amenas
talvez haja paz, ou alguém que a perdeu e não encontrou mais.

Na outra, um homem espreita o horizonte, tão longe...
Será que a pensar, em tudo que fez de sua própria vida
foi covarde, omisso ou simplesmente não a fez querida
deixou que as águas do destino o levassem à deriva, como eu...

Nessa selva de pedra, feita de amores e janelas, oculta-se
talvez sem querer, talvez sem saber, alguém
que poderia ter muito mais do que tem, poderia amar
suas manhãs estariam sempre sorrindo, o sol também...

Na minha janela, onde daqui há pouco eu vou estar
pulsa um coração apaixonado, não há como negar
um coração que é louco pela vida, pelo sonho, pelo mar
também por alguém, que não tem coragem de confessar.

Por isso às vezes se perde espreitando o horizonte, lá longe
não vê o burburinho de vida lá embaixo, não vê ninguém passar
mas encolhe-se indócil no peito, quando pensa que vai parar
será que antes disso, quem o faz bater vai aqui chegar...?

Santos, 12.09.2006_15:30 hs
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