MATAR AS CANDINHAS

A findar a exuberância

Vara verde, balança vara verde

A colher nos ilhéus do cio

Uma vala, um lampejo, o arrepio.

Sôfregos mares, doridos de dó

Numa valsa esmiuçada e reles

À indocilidade do pejo e ao rubor da rima

Solta a ferida casca, a nódoa e a latrina.

A despejar esterco no fleimão, já, bendito

Epopéia de prostitutas e padres

Pregando, ladrando, a jantar celulose

Cobrir a prásina cara e estuporar a cirrose.

Num gesto de incesto morno e esguio

A vender o riso murcho, como câncer

Introspectivo à aversão das mudinhas

Esporular, alcançar e matar as candinhas.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 08/09/2010
Código do texto: T2486023
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