MATAR AS CANDINHAS
A findar a exuberância
Vara verde, balança vara verde
A colher nos ilhéus do cio
Uma vala, um lampejo, o arrepio.
Sôfregos mares, doridos de dó
Numa valsa esmiuçada e reles
À indocilidade do pejo e ao rubor da rima
Solta a ferida casca, a nódoa e a latrina.
A despejar esterco no fleimão, já, bendito
Epopéia de prostitutas e padres
Pregando, ladrando, a jantar celulose
Cobrir a prásina cara e estuporar a cirrose.
Num gesto de incesto morno e esguio
A vender o riso murcho, como câncer
Introspectivo à aversão das mudinhas
Esporular, alcançar e matar as candinhas.