Íris das ilações, uma inspiração momentânea a NAY

Homenagem a uma mulher.... íris cor de mel e sua poesia Só O Sol Me Desperta ...Da Solidão

Quando escrevo, não vejo outra coisa senão meus sentimentos aflorados por algo de bom ou de ruim que vi. Por agora vi, uma íris, cor castanho mel. Um olho de mulher. Lápis pintavam o interior inferior de preto. Negrume, total. Ela diz que muda para solidão ao meu apelo. Que coisa, de repente vejo nos olhos algo mais que uma imagem. Vejo movimentos, vejo uma mulher e sua dor. Vejo que não quer ter a dor que tem e procurando acertar o passo com o mundo, vira-se ao sol, esperando aquecer-se e ver mais além do que ela mesma é, do que ela mesma imagina ser. Os olhos de Nay, - ou seria somente um dos olhos de Nay? – se entregam a miradas, se expõem e, somente por eles, se deixa ver. Seus olhos deixam explícitos, para quem quiser ver mais além, que ali quem olha é um ser completo. Sequioso de vida, curioso, tímido, vivo em norma tarde, em uma noite de poucas estrelas. Ela pensa e pensa, escreve e escreve e se cansa, já não consegue se decifrar, mas espelha em si muitas mulheres, todas nós que tal como ela tivemos, um dia no passado, o redor dos olhos sem rugas, liso, pleno se dando, esperando....
Nay, que nome mais estranho. Que anjo haverá em Nay? Que cores esperam Nay? Peço então em secreta lamentação e prece, já envergonhada pela sugestão dada, a Deus: daí-lhe o que não sei que precisa, daí-lhe o que eu mesma não sei que preciso, e, se não for pedir muito, atende também a umas tantas poetas que carecem do teu olhar, e que sem ver seus olhos choram sem lágrimas rolar.


(Para Nay, uma jovem que descreve fortemente suas sensações)
Brasília, 25/8/2006.