" Digo que viví... "
 
São minhas lembranças... Tantas,
Que não mais sei onde guardá-las
As que me trazem tristezas,
Tem as cores de um dia cinzento
Não as contemplo com assiduidade
Vez por outra as afago, pois de mim.
São lampejos e lascas de algum tempo!
Que posso dizer então...
Quando marco no calendário
Minhas lembranças de mentira?
Digo que vivi ou aconteci...
Impressa... neste dom de sentir-me
Órfã na ventura do ideal hereditário
Que me vestiu de ilusão
Mas agora transita em tiras
A contundir meu imaginário!
Mesmo que eu morra na distância
E vague em mim o andante arbitrário
Onde nenhum de nós existiu
Não use a indecisão!
Sonhe a espera em paisagens e mudanças
Vele por fim a resposta da esperança
Não a estranhe, nem deixe que te esnobe.
Procure na palavra que te descobre
A semente de uma frágil lembrança
Plante-a na teimosia que resistiu a memória
Numa linha, na língua do canto, na dança
Dos olhos...na boca da historia...
Que no verso bebeu...
Não partiu... Pra cantar o agora viveu!

                       ***

29/09/2010

IZA SOSNOWSKI
Enviado por IZA SOSNOWSKI em 29/09/2010
Reeditado em 30/09/2010
Código do texto: T2528597
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