NEM BEM JANTO OS HUMANOS

Nem bem janto os humanos

E já me vem a culpa.

Ora!

Se cego estou à beira do frívolo

Rumo a açoitar os fleimões

- e não são tênues –

Prásina é a bolha que de minh’alma escorre.

Arroto; o vurmo ácido e sanguinolento se ajeita

Enjeito, com desdém de outros tempos

Se há nisso, alento?

Não creio.

Seguem os dias a me espezinhar, retinir

Engambelados humores plúmbeos cheirando a terebintina

Caço o cancro, vomito, exponho-me mais.

Ao infindável sossego, o fitar da aurora me convence:

Nem bem janto os humanos

E já me olho no espelho... meda!

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 30/06/2011
Código do texto: T3066673
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