MAIS UM QUATRO DE JULHO
E o mar na lona, sob contagem
Tais anseios um tanto depreciados
Meus meios mais lesos averiguam-se
Mais um quatro de julho, e o arroz a tostar
Idéias e lampejos incendeiam toda a floresta
A casa do poeta já não respira as jóias.
Resta-me a alcova, o catre e a escada
- alguns degraus descascados –
Aldravas cegam o solene sino do silêncio.
Há mais lume, eloqüente e mudo
Donde brotaram as primas ojerizas
Sangrias escorrem e a poesia a saltar
Escancarada, breve, tolerante, ingênua.
Neste dia de regozijo interno
- e de inferno imenso –
Só peço para que o verso não me vá
Não reze por mim e não me envergonhe.
Apenas isso e, novamente, o meu quatro de julho será especial!