D de dor

Já me senti assim tão pequena tantas e tantas vezes, seria esperado que eu já estivesse bem acostumada com essas sensações. Mas posso afirmar, cada vez é diferente, parece que novas armas são utilizadas, me assusto com o descaso e com a força das palavras. Tudo enche meu coração de dor!

Pânico e abismo condensados, me chamando: fique comigo, volte pra mim!Eu tento ser forte e dizer não, o pranto desce salgado, molha a pele e o metal. Chega a boca, aquele gosto costumeiro, que me mata a fome e a sede e me faz querer dormir.Sinto meu corpo entorpecido, mutilado, como se tivesse levado milhares de pancadas.

O ar é pesado e difícil de respirar, o calor e o frio passam a ser a mesma coisa.Ambos me ferem a pele e me fazem sentir estranha nesse lugar.Tão pequena, mísera, do tamanho de uma lágrima.Com a importância de uma lágrima derramada por aquele que nem se quer notar, não se quer ouvir o barulho de seu choro, seus gritos contidos e abrandados – é medo, é dor latente e sufocante.Melhor esquecer, resguardar e esperar que passe logo, nada se pode fazer...Mas qual seria a solução?

Anaturva
Enviado por Anaturva em 10/12/2006
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