>PUNHAL BANDOLEIRO<

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Senhor!
No alto de uma montanha eu plantei uma rosa.
A rosa virou um punhal! Este punhal sangrou
O meu coração, atingindo intensamente á alma
Ah punhal bandoleiro me deixaste cicatrizes cabais.


Na inclemência daquela mente eu fui desamado!
Avassalado no redemoinho daquele vento noroeste
As intempéries e as labaredas traiçoeiras
Daquele instinto me fazem hoje lamentar.


Minha culpa
Minha máxima culpa
Eu bailei com a beleza
E não bailei com o predicado
Hoje eu entendo os sinais que o senhor me enviou.

Obrigado senhor!
Por ter me dado sandálias de ferro para trafegar no inferno.
Hoje sei que o diabo tem várias caras
Sei também que ele poderá está usando saia
Por detrás de um belo olhar pode existir o perigo.

Obrigado senhor!
Por ter me mostrado que não existe encontro do sol com a lua.
Que a água e o fogo jamais poderão andar de mãos dadas
Hoje sei que a fumaça só se acasala com o vento...
Isto só me deu força para o novo caminhar.

Obrigado senhor!
Por me mostrado que ninguém traz a estrela na testa.
Agradeço por afugentado os tigres que fingiam serem
Meus amigos naquela floresta.

Obrigado senhor!
Por não circular no meu sangue a antipatia
Deslealdade, vingança, incredulidade
Fizeste-me multimilionário depositando
Na minha Conta Bancária discernimento e lealdade
Aumentaste esta conta quando depositaste personalidade.

Obrigado senhor!
Por me fazer acreditar mais na justiça divina
Do que na justiça dos homens.
É bom saber que a justiça divina tardar mais não falhar
É muito melhor abranger tua lei como realmente ela é
Do que prosseguir no cruel engano.

Perdoe-me senhor!
Eu o critiquei por não ter me dado o dom para nadar.
Hoje eu agradeço por ter me dado asas para voar
E luminosa habitação para o meu legítimo pouso.

Obrigado senhor!
Pela paz do meu sono
Obrigado por novos sonhos
Agradeço a tua luz onde se fazia trevas.

Por favor, senhor!
Eu te faço o último pedido com a confiança que serei atendido.
Não deixe que mais ninguém macule a minha vida
E nem os meus versos.
Quero honrar o que tu me deste
Para ser homem e poeta.

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Gota d’água
Chico Buarque

Já lhe dei meu corpo, minha alegria
Já estanquei meu sangue quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta pro desfecho da festa
Por favor
Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d’água.



SAM MORENO
Enviado por SAM MORENO em 24/08/2011
Reeditado em 20/05/2018
Código do texto: T3180525
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