A tecelagem da rede

Hoje mais do que nunca estou com muitas saudades suas, reascendeu em mim um enorme desejo de ter você.

Comparo a existência a uma rede. Para tecer redes não há mais do que tomar dois fios, note, dois, sem um par é impossível tecer a rede, atá-los centenas ou milhares de vezes, formando nós. Então surge o tecido, a rede, e por ela traçamos inúmeros caminhos para chegar de um ponto a outro.

Sentimos saudades, amor, insatisfação, alegria, a miríade de sentimentos permeando o acúmulo da vida. Enfim, a grande bateria de fatos conduz aos nós da rede, de ponto a outro na caixa de lembranças que insiste em guardar para sempre o belo e o feio, o bem e o mal, os eternos e dicotômicos caminhos que escolhemos.

A nostalgia aparece pois em continuado imaginamos que o caminho tomado até aquele nó poderia ter sido outro, mas foi aquele, resta a possibilidade de olhar para este nó e tentar atar outro nó final da rede pois a desconexão e reconexão de determinado nó implicaria na destruição da rede até o nó que desejamos refazer.

A rede ainda não está terminada.

Nerah
Enviado por Nerah em 08/10/2011
Reeditado em 09/10/2011
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