SONHAR
Jovem á lida com o despetalar
A morrer de envídia em plana fase
Sóbria mácula de sapiência e de pó
A untar bobeiras pueris.
Jovem a amainar as boquinhas famintas
Alimenta-las com gastura
Sopre a leda brisa em seu pascigo
E sedentos vão, às pencas.
Penso no sublime céu
- que o leu ataca por chaga ferina
E encosta sobre cego sepulcro atado
Nem a margem, nem o espelho.
Penso no despencar de uns bons anos
Pardacentos entraves - miudezas
E nas batalhas que se perderam... por nada.
Temo descarregar todo o cansaço em pouco balaio
Sinto a ira viril a me cobrar pela aragem
- não terei coragem.
Sou intrépido à contracapa; às vezes, vampiro.
Esse sereno semblante ingênuo e vivido
Que o ourives ousa esparramar, não cabe mais
A náiade seguiu a pouco o seu penar
Fi-la deitar embirotadas em alma minha.
Mais roto e aturdido
Mais leso e abatido
Mais reto que o infinito
Mais anáguas a bisbilhotar... ?
Quando a aldrava bate à quarentena
É preciso agir... despir-se dos meios
Lamber o tal ranço e sonhar!