A Criação
E do vulto se fez a imagem
da imagem a inundação...
inundado peito de semelhanças
Fez-se a luz no nascedouro
Iluminou-se e reinaram cores
As cores pintaram opacas flores
E onde brotaram flores...
Sonhos renasceram da solidão!
A solidão rabiscou os seus nomes
E fez-se a lua rodeada de paixão
E a ela dois olhares úmidos
Fez-se o olhar, fez-se o beijo
Fez-se pronta tanta ilusão
De onde vieram tantas coisas
a acordar amantes latentes...
Sonhos doces postos sem razão!
Porém esse mundo recém habitado
de tantas divisas, partiu-se abrupto
Fez-se de novo um peito vazio
Um lamento pela ida do amor...
E fizeram-se lágrimas comedidas
Das lágrimas se fez este prosaico
das letras se retorcem sonhos caídos...
Sonhos que teimam renascer!