Anversos

Passos apressados em meio a uma multidão

Olhos, olhares...

Minha solidão vara a alma

Calada e gritante

Só nós sabemos

Eu e a solidão andamos juntas agora

Fazendo uma companhia solitária uma a outra

Não tenho mais nada

Não entendo mais nada

E nem quero entender

Pra que entender?!

Se não tenho mais você

Não guardei dentro de mim o que te dei

Você teve tudo que eu podia dar

Eu me dei

Me apaixonei

Me entreguei completamente

E de mim só resta o pensamento em você

Entre os mesmos passos apressados e olhares

Nas esquinas agora resta a esperança

Do acaso existir

De nos fazer reencontrar

Não sei o que explicar

Não sei o que dizer,

Se isso acontecer

Apenas que pra mim ainda não terminou

Rígido está o meu coração,

batem as pedras e não se tocam,

cantam e não se juntam.

Há o sol, e só,

Pó, solidão.

(com colaboração do amigo Gabriel Hanan)

Priscilia Nascimento
Enviado por Priscilia Nascimento em 26/07/2005
Código do texto: T37831