E o vento NÃO levou...
Quando o vi pela ultima vez?
Já nem lembro.
Foi em outra era,
Em outro século,
Já se foram tantos setembros.
Primaveras e primaveras,
flores nascendo,
Borboletas voando,
A grama crescendo.
Quando foi mesmo?
E o vento levou as folhas no outono,
Encheu os bancos nos parques,
Carregou as poeiras, as areias
das ampulhetas dos anos.
Era noite ou era tarde?
Era manhã de novembro,
ou será dezembro?
E por que mesmo que você se foi?
Ah disso eu lembro...
Foi porque eu sou de momento,
Se não há paixão, não tem jeito,
Eu até lamento, mas digo adeus,
E me jogo a esmo.
Mas dessa vez ficou...
Você se alojou em meu peito,
Se eternizou.
Plantou sua semente, se enraizou,
cresceu e me marcou,
Não foi paixão, foi amor,
tão terno e tão denso.
E o vento, meu condutor,
Nem o vento levou,
esse amor que brotou,
e viverá pra sempre,
entre meus sentimentos.