Uma Breve Reflexão Sobre o Tempo

Seria o tempo uma cópia despedaçada da eternidade? Haveria a música e a harmonia sem o tempo? Haveria o espaço que implica a possibilidade de recorrê-lo e o pensamento que se comprime na agilidade do pensar? Haveria a morte, o nascimento, a vida, o mundo, o Universo?

Seria o tempo uma metáfora, uma maneira de explicar o inconcebível, uma injunção, uma expressão, uma testemunha, uma configuração?

Seria o tempo dinheiro? Seria um cativeiro? Seria relativo, um túnel, um fosso, um abismo, uma projeção, uma inspiração, um esquecimento, um sonho?

Seria o tempo uma agonia, uma alegria, uma alegoria, um labirinto, uma emergência, uma urgência, uma inteligência, uma imaginação?

Seria o tempo a Verdade? Seria a realidade?

Seria o tempo o nunca-mais? Seria um corvo? Seria um estorvo?

O tempo, com seus reflexos luminosos e suas sombras, espelho de nossos pensamentos, reflete imagens claras e obscuras.

O ontem, o hoje e o amanhã fundem-se num enorme presente misterioso que recebemos de um guardião desconhecido que nos instiga a pensar, a entender, a compreender.

O tempo é como a areia que o vento transporta na zona deserta de nossas indecisões, como o canto da sereia, como a vida, como o sonho, como a infância, como a morte.

E quando, sem ilusões ou ambições, à sombra da esperança, ouvirmos falar de eternidade, sentiremos saudade de um futuro que se expande desde hoje até sempre, com as fragrâncias de um passado que não deve morrer nunca.

Assim poderemos dizer que o tempo, esta injunção metafísica e real, é uma cópia verdadeira da eternidade. E que, no pensá-lo, poderemos entendê-lo. E que só pensando poderemos compreendê-lo.

Se existe Deus, se existe o Tigre, se existe o Homem, por que o tempo não existiria?

Nagib Anderáos Neto

Extraído do Livro " Guardados Que Vivem "

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Nagib Anderáos Neto
Enviado por Nagib Anderáos Neto em 28/07/2005
Código do texto: T38389