Outono canadense

E o verão se vai... O outono aos poucos se apresenta trazendo com ele o vento e as temperaturas baixas. Em poucos dias o verde começa a se transformar e as paisagens tornam-se deslumbrantes, tanto quanto as paisagens do verão, vem cheias de cor, são cores queimadas entre o marrom, amarelo e vermelho. O chão se reveste de folhas coloridas formando um imenso tapete.

Com o outono, o inverno caminha junto a passos largos, são as estações competidoras, cada qual quer se sobrepujar a beleza.

Os dias se tornam curtos, as noites longas.

É hora de ligar o aquecimento, guardar as roupas leves, as sandálias. Tirar do baú os casacos, a roupa de lã, as luvas, os chapéus, as botas.

É hora também de descobrirmos nossas belezas interiores, por conta da hibernação vem a meditação e a interiorização, tornamo-nos reclusos, pensativos.

É um convite a reflexão e ao redimensionamento da vida. E com o fim do verão, do sol escaldante, das flores, do verde dos campos, entendemos que tudo tem um tempo definido, tudo termina para dar lugar a outro espetáculo.

Também os frutos estão na sua etapa final. As uvas, as maças, as peras, os pessegos, os morangos, as cerejas, as ameixas aos poucos vão desaparecendo.

Olho pela janela e vejo ainda as folhas balançarem ao sabor do vento. Abro a porta e sinto o frio que se avizinha.

Falar do inverno fica para uma próxima vez.