O HOMEM NU

O HOMEM NU

Sem o divino chapéu

Que outrora ostentava

Sobre sua negra cabeleira

Como fosse um véu

Instransponível à rajada

Do raiar do sol ao céu

Sem sua camisa social

Que lhe enobrecia

Sob o terno de linho azul

Como símbolo formal

Que mais fortalecia

A sua pose de general

Sem a calça do terno

Que o tornava mais nobre

Com maior ar supremo

E menos subalterno

Mais rico;menos pobre

Como um ilustre eterno

Sem os sapatos de couro

Que a seus pés ornava

De tão fino, a luz refletia

Como o mais puro ouro

E que ele tanto adorava

Como mais raro tesouro

Sem suas meias de lã

Tão alvas como as ovelhas

Que foram todas tosadas

Da qual delas são órfãs

E que se tornaram vermelhas

Ao calor forte da manhã

Janela afora saltou correndo

Entregue à sua sorte

Sem nem olhar para trás

E o corpo todo temendo

Desconfiado que a morte

Ainda o estivesse querendo

Enfim, sem nada por baixo

Que lhe poupasse a vergonha

De seguir em sua nudez

E de descer ladeira abaixo

Com sua cara de pamonha

E aquele membro cabisbaixo

Assim se fez mais uma sina

De um pobre e nobre rapaz

Que descobria o prazer

Com a uma bel e doce menina

Filha de um bruto capataz

Vida mantida em confina

GILSON G SANTOS
Enviado por GILSON G SANTOS em 03/03/2007
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