O HOMEM NU
O HOMEM NU
Sem o divino chapéu
Que outrora ostentava
Sobre sua negra cabeleira
Como fosse um véu
Instransponível à rajada
Do raiar do sol ao céu
Sem sua camisa social
Que lhe enobrecia
Sob o terno de linho azul
Como símbolo formal
Que mais fortalecia
A sua pose de general
Sem a calça do terno
Que o tornava mais nobre
Com maior ar supremo
E menos subalterno
Mais rico;menos pobre
Como um ilustre eterno
Sem os sapatos de couro
Que a seus pés ornava
De tão fino, a luz refletia
Como o mais puro ouro
E que ele tanto adorava
Como mais raro tesouro
Sem suas meias de lã
Tão alvas como as ovelhas
Que foram todas tosadas
Da qual delas são órfãs
E que se tornaram vermelhas
Ao calor forte da manhã
Janela afora saltou correndo
Entregue à sua sorte
Sem nem olhar para trás
E o corpo todo temendo
Desconfiado que a morte
Ainda o estivesse querendo
Enfim, sem nada por baixo
Que lhe poupasse a vergonha
De seguir em sua nudez
E de descer ladeira abaixo
Com sua cara de pamonha
E aquele membro cabisbaixo
Assim se fez mais uma sina
De um pobre e nobre rapaz
Que descobria o prazer
Com a uma bel e doce menina
Filha de um bruto capataz
Vida mantida em confina