DESFRUTAR O DOCE AMOR
Sua blusa não mais abotoa,
Com os meus olhos lhe cortejo,
E as minhas mãos em ti voam,
Nossos lábios selam beijos.
Diante de mim, que beleza,
Corpo macio, adorno por inteira,
Tremula, entrega verdadeira,
Como criaste a natureza.
É toda pura, como alvacento,
Tu me fazes delirar, ó doce pantera,
Há mel e leite escondidos em nosso aposento,
Agraciados são os momentos de espera.
Como é delicioso o amor sagrado,
O perfume de sua pele é por inteiro,
E o odor desse perfume foi pensado,
Penetrando no jardim fechado.
Esse arpão é forte e corado,
Não usa viagra, nem camisinha,
Apascenta alabastro abençoado,
Que vai ungir fonte de alegria.
Ninguém me censure e nem me apedreje,
Gozos de cônjuges, autênticas maçãs,
Venham brindar o vinho fiel,
Licor de nossas romãs.
É essa a via-sacra dos casados,
Erguida entre o céu e a terra,
Junto á fonte da Graça que nos inunda,
Junto ao amor que nos abraça.