O ABRAÇO

Recebi um abraço,

Um abraço de carinho, de solidariedade, de amor, de compaixão.

Se não foi, não importa; eu senti assim.

Recebi um abraço curador,

que ao terminar e nos afastarmos, ficou um vazio,

mas, ficou também a gratidão da satisfação de um abraço solidário,

completo, que deixou uma sensação e a certeza que tal nunca mais

se repetiria. Este abraço foi único.

Como seria bom, se todos as vezes que nos sentíssemos sozinhos, tristes, e vazios recebêssemos um abraço apertado que exprimisse calor!

Estava triste, sozinha, e não conseguia expressar, dividir com ninguém.

Mas, naquele abraço pude apenas expressar minha dor em forma de um gemido. E, em resposta, aquele abraço tornou-se mais forte, e pude então descansar.

Não quero saber se aquele abraço não fui exatamente assim, porque o que interessa, é que estava triste, e alguém saiu do seu canto, e me abraçou, e isto me basta.

Posteriormente, partilhei esta experiência com o autor daquele abraço, e se ele tinha consciência da força curadora de tal ato. Ele apenas me ouviu atentamente, mas não me respondeu.

A partir daquele dia, passei a amá-lo, a orar por ele, por sua vida, por sua família, por seus ideais, e no caminho para encontrar uma felicidade duradoura. Espero poder retribuir com a força daquele abraço, se um dia precisar de mim.

Não é qualquer abraço que tem o poder de tocar o outro, mas um abraço, aquele abraço, que pode mudar sentimentos, e ser um dos agentes que ajudam a curar a dor.

Ao recordar aquele dia, sinto paz, porque foi assim que me senti no dia seguinte. O problema não passou, ele continuou, e tive um desfecho final, um mês depois. Mas, naquele momento ele caiu sobre mim como um bálsamo.