* Nas Asas de Apolo *

Por vezes a melancolia invade meus pensamentos. Adensa-se nos meandros do passado e vira às costas ao horizonte. Brinca de ser criança. É frágil e límpida, como a neve branca dos cumes mais altos e inacessíveis. Seus doces olhos opacos choram silenciosamente. Seduz sem perceber, em notas serenas de tristezas. Jamais entenderei suas visitas, mas vejo-lhe sanidade diante de sua castidade. Sei apenas que ela é meu mundo diante de um espelho, que reflete outros reflexos que reinam na memória. Sorrateiramente vêm, vive e morre. Nas alas obscuras do entendimento.