Perder não é o fim.

Muitas vezes ganhamos, porém é quando perdemos que a compreensão se faz presente a afirmar que a perda pode ser dolorida, mas nos faz crescer. É quando nos libertamos de certas coisas que outras se constroem ao nosso lado e enxergamos como a mudança se fazia necessária.

A acomodação nos conduz a um ponto obscuro onde o sol foge com seus raios cada vez para mais longe. O desfolhar a vida observando as mudanças é o que produz o crescimento.

Não há como alcançar os sonhos quando insistimos em mantê-los no caminho errado e permanecemos na estrada como se não houvesse outros caminhos. A vida não é dura, não é amarga ou é destino. Ela é uma canção que pode se tornar repetitiva se nós não estamos aptos a aprendermos outros acordes.

Tudo depende de como olhamos para os nossos dias, o que esperamos dos mesmos e o que fazemos para que eles sejam da maneira que imaginamos. Não adianta lamentar ou romper aos poucos o lacre do inconformismo. É necessário arrancá-lo de uma só vez, sem medo da dor. É necessário estar preparado para a solidão. É necessário estar só para ouvir o interno que espera o momento para manifestar. Quem ouve os seus sons nunca está só, ao contrário, dá liberdade para que a verdade conte o seu segredo e ensine o caminho da reconstrução.

Não podemos esperar do outro o que é decisão nossa. Nem devemos culpar ao tempo pelo que deixamos de fazer ou pelo que fizemos de errado. Um botão tem o seu momento para desabrochar e os dias não correm para que isso aconteça antes. Assim também ocorre com a gente. Não é quebrando todos os conceitos ou atropelando nossos princípios que encontramos a diferença. É vivendo-os, analisando-os, saboreando-os que temos noções do que precisa ser eliminado. A sabedoria reside no conhecer-se e não na ilusão do ensinar o que o outro não sabe. Isso é para os tolos. Arrogância.

Só é inteiro e sábio aquele capaz de enfrentar os seus medos para depois, se preciso for realizar a mudança: podar, semear, colher.

Qual a beleza de se caminhar por um jardim morto? Só o jardineiro interno sabe onde estão as flores e os espinhos.

É necessário cuidar de nossos canteiros para nós e para o outro; isso sim. E se alguma flor não se restabelecer não perder a esperança. Perder nem sempre significa não ser vencedor.

É necessário erguer a cabeça e seguir. A dor é inevitável, porém é ela o cartão para quem tem coragem de encarar os seus problemas gerando soluções. É necessário acreditar, sempre há brotação.

Eliane Alcântara
Enviado por Eliane Alcântara em 06/04/2007
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