SAUDADE DO DESCONHECIDO

Experimento o gosto da lágrima que transborda dos exauridos olhos que se cerram, e degusto a amargura de uma saudade inerte e oculta que não conheço a origem. Talvez as vezes que me vê, sejam os exatos momentos que me doem a dor suave, aquela mesma que me cegou por falta de mérito... Eu não consegui ver, eu não consigo ver, eu não sei ver.

E confesso às álgidas noites a falta que faz o acenar, a despedida que de prontidão se fez sem que tomasse consciência do que se passaria no amanhã.

Amanhece o desconhecido, o novo que assusta, o destino ingênuo e inculto que raia com a luz.

Ah! Amedrontado é o segundo que me faz decidir estes passos dados nas veredas da vida. E tenho conhecimento de que não há um por aqui que queira tentar compreender tal saudade que de tão íntima, corrói o sentimento por alguém que no ontem pertenceu à sortuda lembrança.

Acordei em outro lugar enquanto adormeceu de olhos abertos... Oras, me vê mais um sonho amnésico! Mas conquisto a lembrança pelos esforços, pois luto sem armas, avanço sem guerra.

Por vezes sei que vives ao lado e não consigo crer na presença, mas isto é mais um erro dos estudantes que não ainda sabem as lições do amor.

E neste hoje sei que tanto sinto por quem não sei, sei que quem não sei também sente o que sinto, mas graças a Deus sabe quem sou.

*Meu texto refere-se às lembranças de grandes espíritos, ou anjos, que viveram conosco complementando a felicidade no passado, que pelo esquecimento do nascer depositam em nós a saudade do que no hoje não vivemos, mas que no ontem fora presente.

Juliana Pereira
Enviado por Juliana Pereira em 13/10/2013
Reeditado em 13/10/2013
Código do texto: T4522903
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