MAR ABERTO NA IMENSIDÃO DO SENTIR

O eterno e célere suspirar...

A efemeridade me cobra muitíssimo

Se tenho saber, tenho o sabor dos versos.

Respiro o sôfrego romper da manhã

Num cacho bárbaro de nuances e tal

Para me servir em bandeja de espuma.

Sei da vida, o que ela se despe em mim

Às vezes, rejeito e sigo apolítico, cético

Comendo farelos de memórias pútridas e untadas no sal.

Se estuporo tais fleimões desgastados e ignóbeis

É porque o amor me tem por inteiro

Não sei ser metade, não sei ter metade.

Parece o marulhar a beijar meus olhos

Uma epopeia de sentimentos íntegros e despejados da garrafa da manteiga, do bolo de rolo

Da vida plena achacada que se faz maravilha numa escandalosa manhã de pêssego.

Tenho de desfrutar e aquiescer ainda

Prezo as liras a me emoldurarem e a me aquecerem

Do calor insuportável que meu peito teima em abrigar.

Da mansidão ao relento, do olor de diesel e do remanso desse mar vindouro

Só pode ser ouro nas águas do mar, só pode o dízimo duma tarde esquecida.

Sou tenor dos meus sentimentos e não clamarei por auxílio

Nem que eu arfe na superfície a me desidratar, a vomitar as vísceras

Sorverei cada instante, cada átimo deste meu incessante perquirir.

O ato a me fitar, as coisas a se rebelarem na cabeceira da essência

Ah, não sei ser metade! Só hei de ser verdade e esta me valerá os anos...

Que assim eu veja!

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 18/11/2013
Reeditado em 18/11/2013
Código do texto: T4576346
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