GORDURA INTERSTICIAL

No silêncio queimam doridas, tórridas mágoas

Insanas e fidalgas, prestes a lacrimejar

Tendo o lume à margem oposta da casta felicidade

E a tenra e inexata mania de se olvidar do alheio.

Na eloquência breve e torpe do silêncio

O despertar se apressa e rejeita a alvorada

Ensanguentada de prazer e de pejo

Outrora, rubor às faces os faziam rir.

Entre a loucura e a sapiência da aurora

Fundem-se os versos holocáusticos e inebriantes do ardor

A raspa exsudada do amor

Que à tona, borbulha no clamor do 'então'.

Sei, não serei compreendido com o que relincho!

Não há nada a fazer

Só me há a essência do que sou, do que sinto e do que vejo no espelho...

Todo vasto dia.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 11/12/2013
Reeditado em 11/12/2013
Código do texto: T4607692
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