GORDURA INTERSTICIAL
No silêncio queimam doridas, tórridas mágoas
Insanas e fidalgas, prestes a lacrimejar
Tendo o lume à margem oposta da casta felicidade
E a tenra e inexata mania de se olvidar do alheio.
Na eloquência breve e torpe do silêncio
O despertar se apressa e rejeita a alvorada
Ensanguentada de prazer e de pejo
Outrora, rubor às faces os faziam rir.
Entre a loucura e a sapiência da aurora
Fundem-se os versos holocáusticos e inebriantes do ardor
A raspa exsudada do amor
Que à tona, borbulha no clamor do 'então'.
Sei, não serei compreendido com o que relincho!
Não há nada a fazer
Só me há a essência do que sou, do que sinto e do que vejo no espelho...
Todo vasto dia.