VIDA QUE REGE
De todo o mal que me tange
Veias doridas esporulam
O sal do peito rasgando tal pétala
E há de se encontrar na enseada - dor de travesseiro
A mugir nas dunas e nas falésias do coração
Se avexe não!
Meninas são madeixas a descer pelos ralos
Notadamente vazias, como caixinhas sem música, a bailar.
Navega no mar coxo, o sangue sábio
Dum tapa ardente - e não me mente
Quando irrompe o estro
Quando esbanja o manjar dos deuses
Teobroma cacao.
Eis as hastes sanguinolentas e sacras
Duma inenarrável epopeia linguística
Eis a lira a tilintar em meus caprichos
Eis a vida, predestinada e cética, a urinar em meu crânio.
Se não me perco, há muito o fez
E não me pegou de jeito, por enquanto!