VIDA QUE REGE

De todo o mal que me tange

Veias doridas esporulam

O sal do peito rasgando tal pétala

E há de se encontrar na enseada - dor de travesseiro

A mugir nas dunas e nas falésias do coração

Se avexe não!

Meninas são madeixas a descer pelos ralos

Notadamente vazias, como caixinhas sem música, a bailar.

Navega no mar coxo, o sangue sábio

Dum tapa ardente - e não me mente

Quando irrompe o estro

Quando esbanja o manjar dos deuses

Teobroma cacao.

Eis as hastes sanguinolentas e sacras

Duma inenarrável epopeia linguística

Eis a lira a tilintar em meus caprichos

Eis a vida, predestinada e cética, a urinar em meu crânio.

Se não me perco, há muito o fez

E não me pegou de jeito, por enquanto!

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 14/01/2014
Código do texto: T4649254
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