EPOPÉIA
Torrentes
Tais pensamentos flutuam
Deleitam-se na serrapilheira
- ignóbil e quântica.
De gosto olvidado
Padrão servil
Ao pé de perder o gesto escrupuloso.
Na vida, há o mais e há o mais gostoso
Miséria em quantia
- um dia lhe digo.
Todas murchas, sépalas despedaçadas
Ébrias de vil lampejo, a exsudar.
Ò dias de enlevo e adesão espiritual!
Tu calas na sexta, eu me ajeito na fenda
- obscura tenda.
A julgar pelo amor despido e íntegro
Movo quelíceras a saborear a prole
Toda lisinha, intrauterinos
Numa manhã pardacenta de luz.
Jocosos são os versos queimados em riste
Na aurora cordial
No interstício roto e coloidal da alma.
Há o transporte em massa
Que passa, arrasta sentimentos
E se desgasta na entrada do túnel.
Poder-se-ia ver a vila
Vilania neste amargor descalço, imbricado e insano.
Quais arpejos compõem a história?