EPOPÉIA

Torrentes

Tais pensamentos flutuam

Deleitam-se na serrapilheira

- ignóbil e quântica.

De gosto olvidado

Padrão servil

Ao pé de perder o gesto escrupuloso.

Na vida, há o mais e há o mais gostoso

Miséria em quantia

- um dia lhe digo.

Todas murchas, sépalas despedaçadas

Ébrias de vil lampejo, a exsudar.

Ò dias de enlevo e adesão espiritual!

Tu calas na sexta, eu me ajeito na fenda

- obscura tenda.

A julgar pelo amor despido e íntegro

Movo quelíceras a saborear a prole

Toda lisinha, intrauterinos

Numa manhã pardacenta de luz.

Jocosos são os versos queimados em riste

Na aurora cordial

No interstício roto e coloidal da alma.

Há o transporte em massa

Que passa, arrasta sentimentos

E se desgasta na entrada do túnel.

Poder-se-ia ver a vila

Vilania neste amargor descalço, imbricado e insano.

Quais arpejos compõem a história?

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 15/05/2014
Código do texto: T4807427
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