NOSTALGIA...

Minha tristeza é coisa antiga, nostalgia

de um tempo em que eu quis viver tudo...

e não vivi nada...

ou, quem sabe, vivi, numa outra vida...

Eu quis sentir a emoção de ser despertada

ao som de uma serenata romântica, numa

doce madrugada; de receber uma poesia

improvisada, escrita com emoção pelo

homem amado, perfumada com uma rosa

vermelha roubada num jardim qualquer;

a magia de beijos trocados furtivamente,

na sacada, à luz do luar;

a ousadia de amar loucamente um amor

proibido, como Romeu e Julieta...

Eu quis a sutileza de deixar cair, "sem querer",

um lencinho de cambraia cor - de - rosa,

perfumado com a doçura da alfazema,

para ser apanhado e devolvido por

alguém que, com um sorriso, fizesse meu

coração pulsar muito forte, ao levá - lo aos

lábios, antes de devolvê - lo...

Eu quis as lágrimas de saudades caindo

sobre um maço de cartas de amor

cheirando à perda, amarrado com um

laço de fita azul, já desbotada pelo tempo...

Eu quis, ainda, a doçura de suspiros

profundos, olhando de uma janela alta,

a figura solitária do meu amado sob a

luz de um lampião, do outro lado da rua,

na chuva que caía, tentando ver - me...

Eu quis ser uma mulher que tivesse

aprendido a amar, mas não tanto a

ponto de perder - me dentro de um amor

que me faz transformar em poesia, meus

sentimentos e emoções que, apenas através

dela, consigo expressar... e viver os sonhos

que já sonhei...

ou reviver a vida que um dia vivi...

Arianne Evans
Enviado por Arianne Evans em 07/09/2005
Código do texto: T48490