...ME PERDOO

Deixarei que me deixes, desta vez. Cheguei à conclusão de que assim é melhor. Direi sim ao teu não; ao silêncio que o faz em teus olhos e nas atitudes veladas. Ao abismo e à distância que arbitraste abrir entre nós, como forma de freio... covardia de afeto.

Calarei o que sinto, pois é prudente fazê-lo. Tenho que gelar nessa tua geleira de festim ou de fato, e fingir que nada mais importa. Saber, de uma vez por todas, que uma porta fechada está fechada e pronto. Não importa o que a fechou.

De resto, enalteço as lembranças, pela saudade. Pela graça imensa de viver de novo quantas vezes queira, porque minhas verdades nada mais extirpa. Estão no fundo insondável do meu ser, protegidas contra o contexto inaceitável de simples passado.

Quanto a ti, segue o vento. Sê feliz dessa forma, se a tua escolha está feita. Seguirei as certezas de minh´alma, grato a mim mesmo por não morrer aqui dentro. Por conseguir me querer bem... e me perdoar, finalmente, por todo mal que fizeste ao meu coração.

Demétrio Sena
Enviado por Demétrio Sena em 05/07/2014
Reeditado em 05/07/2014
Código do texto: T4870369
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