Hoje gosto é de mim

Aconchegada em ilusões passageiras vi o tempo passar sem você chegar, sonhei esperanças inexistentes pelo único desejo de beber da sua alegria.

Choro só no abraço de mim mesma, assistindo ao por de mais um sol sorridente.

Aqui onde afofo o tempo perdido tenho os olhos injetados de velhas saudades que alentam meu espírito cansado. Desabafo desejos esquecidos.

Não me permitirei perder da vida o compasso, ainda que, atrelado aos meus passos leve recados da maturidade. Contemplarei o infinito com mais ansiedade, de onde nunca me desviei, quiçá é lá que encontrarei a quietude para a fim da estrada.

Hoje sei do que não me bastava e por me saber melhor carrego no peito uma mortalha de remendos frouxos. Ainda vacilante na minha descoberta visto-me de coragem para adentrar o átrio dos sóbrios.

Gosto do meus braços ao redor do meu corpo, de estar entregue a mim mesma.

Gosto de sentir a magia das lembranças e de poder afagar a saudade com o melhor das minhas lembranças.

Não mais ilusões bobas, não mais desespero, só uma calmaria lavada vez por outra de saudades doces e no macio das melhores recordações.

Angélica Teresa Faiz Almstadter
Enviado por Angélica Teresa Faiz Almstadter em 15/05/2007
Código do texto: T487973
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