Sem você, quem sou eu?

Quando o dia finda e o cinza da tarde tinge a boca da noite de preto

Reluz no céu, por vezes, uma lua tão distante que causa tremor.

O anoitecer se aproxima e as estrelas traçam trajetórias fulgurantes,

Reviram os ponteiros do relógio em movimentos gritantes.

O coração, sem controle, espera, por vezes horas, a voz de seu amado

Do outro lado do mundo para dizer coisas já sabidas, mas adoradas.

Então...a lua vai se distanciando, velando outros angustiados

Que beberam do orvalho noturno mais uma espera, sozinhos e calados.

Dos murmurinhos intermináveis de antes, intercalados por abafados risos,

Agora trava a garganta um nó, sem dó, olhos, lágrimas e brisas.

SÔNIA SYLVA
Enviado por SÔNIA SYLVA em 21/07/2014
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