Ambíguos Amores

Intenso

Escolho o regato no alto trovejar

Vacilo e assino, assassino a dor

Cavo no lume a sepultura do pascigo... perquiro

Envolto em velame prateado, prefiro crisálida

Mágoa açoitada e nada... tudo a dizer.

Extremo

À riba louca por conta de ti

Aspiro o mar com o canudo do vento

Estouro sem movimento

Aspiro-te

Deitado na ênclise ditatorial do verso

Acho-me submerso.

Volúvel

Sem prótese, arcabouço rasgado

Entrada impedida por tudo... nada a sorver

Gerânio à espreita, remonta

O cáustico vão enclausurado das horas

Contudo, espeta página insana

Alvéolos nos bastidores

Por tanto que intera, grito em silêncio

Ambíguos amores.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 20/05/2007
Código do texto: T494500
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