HÁ PALAVRAS... e palavras...

Há palavras que habitam a nossa mente como um guia que consola e desafia o pensamento, tal como um fio de navalha que atravessa a nossa atenção... como uma chave mestra que abre e fecha o coração.

A palavra atirada ao acaso tem dois gumes como a faca que agride ou que lapida um valioso diamante.

É preciso cuidado quando uma palavra é dita, pois na nossa alma fica gravada e jamais poderá ser apagada.

Toda a palavra, quando apontada na direção errada, é uma arma disparada por uma língua afiada.

As palavras de traição se trancam num árido labirinto onde não querem ser encontradas. Mas as palavras quando lançadas com amor e ternura, são um afago carinhoso... um doce beijo de borboleta, que vai esquentando os corações mais gelados.

A palavra na poesia é a ponte que nos transporta através dum rio de imagens que se estendem dormentes procurando no fundo das sombras a direção do silêncio rubro, que engole o poema se a palavra está trancada no imo das recordações.

Entre a palavra perdida e a lembrança resgatada, há palavras com sabor a lágrimas salgadas, a suor de carne bruta... veredas estreitas e sangrentas que devoram as sombras estonteantes e vão deambulando pelas letras dum poema...

Com o nascer do poema, juntam-se as palavras, uma após outra, como se fossem gotículas de orvalho pingando nas folhas brancas do caderno de poesias... viajando no pensamento e trazendo pequenas fantasias... as palavras amamentam um poema como os oásis verdejantes alimentam os desertos de miragens dos poetas e vão devolvendo ao vento as lembranças sem tempo e sem destino...

By@ Anna D’Castro

Anna DCastro
Enviado por Anna DCastro em 20/09/2014
Código do texto: T4969592
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