Ser o que se é gera dor

Querer ser exatamente aquilo que a gente é, gera também um dor, mas é uma dor elegante, como escreveu Paulo Leminski: “Um homem com uma dor/ É muito mais elegante/ Caminha assim de lado/ Como se chegando atrasado/ Andasse mais adiante...”

Tomar decisões causa um peso, e isso verga as costas e carregar o peso da dor, “é como se portasse medalhas/, uma coroa/ um milhão de dólares ou coisa que os valha...”

Uma dor elegante não tem remédio, porque é anormal, é uma dor pra ser curtida e diluída pela alma, no dia a dia, não há analgésicos que chegue. Um conselho: “Não me toquem nessa dor/ Ela é tudo que me sobra/ Sofrer vai ser!/ A minha última obra”.... A nossa última obra.