Indigente

Deitado no canto de uma rua escura e deserta um homem repousa a espera de um amanhã sem esperanças. Não possui documentos, lembranças... muito menos um futuro. A cada dia persiste no despertar, mas aos poucos, a vida, dele se cansa. Nas calçadas das noites encontrar um lar, uma casa sem muros. Sem ninguém a esperar.

E assim, pela vida caminha, dia após dia, desaparece , aos poucos, enquanto seu corpo definha. Mas não tardará o dia em que finalmente será notado: Quando a morte chegar , o odor putrefato... enfim, estará desvelada esta existência encoberta - em vida - pelo sudário da indiferença...mitigada por uma condescendência indecente.

Para o Governo é só mais um número a ser escondido, afinal,a Constituição deste país ainda assegura direitos a toda esta gente. É preciso bradar o Estado de bem- estar social, o cumprimento das leis e encerrar estão questão numa cova rasa de indigente.

Ivo Jeremias
Enviado por Ivo Jeremias em 08/03/2015
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