O QUE FALTA AO POETA?

Pena...

Pena...

Estais aqui?

[suspiro mudo e silêncio insustentável].

Pena...

De onde estiver, lamurie.

Tenho a rosa, a tinta e o Ludwig

Só lhe falta na plenitude

O dia escorre.

Eia! Pena...

Por onde foste desfilar?

És minha tolerante e prestimosa parceira

Não se esvaia ao crepúsculo.

Só posso ser mil, contigo nas falanges

Deboche não!

Ladeiam-me a nódoa, o sarcasmo e o azeite trufado

Só me faltas tu, ó fúfia esquivada!

No limiar do intelecto, germina a desistência

Poderias ser, novamente, a dama da noite (que pena!).

Vês, tenho em minha frente, a adaga, a sorte e... a PENA!

Estivestes por todo tomo a me fitar.

Por que não me chamastes?

Clamei por ti, deveras...

Já se faz tarde

Jantaram-me os assomos.

[Ao sonhar adormecido, proferiu-me a pena: faltou-lhe a inspiração].

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 07/05/2015
Reeditado em 07/05/2015
Código do texto: T5234090
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