O QUE FALTA AO POETA?
Pena...
Pena...
Estais aqui?
[suspiro mudo e silêncio insustentável].
Pena...
De onde estiver, lamurie.
Tenho a rosa, a tinta e o Ludwig
Só lhe falta na plenitude
O dia escorre.
Eia! Pena...
Por onde foste desfilar?
És minha tolerante e prestimosa parceira
Não se esvaia ao crepúsculo.
Só posso ser mil, contigo nas falanges
Deboche não!
Ladeiam-me a nódoa, o sarcasmo e o azeite trufado
Só me faltas tu, ó fúfia esquivada!
No limiar do intelecto, germina a desistência
Poderias ser, novamente, a dama da noite (que pena!).
Vês, tenho em minha frente, a adaga, a sorte e... a PENA!
Estivestes por todo tomo a me fitar.
Por que não me chamastes?
Clamei por ti, deveras...
Já se faz tarde
Jantaram-me os assomos.
[Ao sonhar adormecido, proferiu-me a pena: faltou-lhe a inspiração].