MELANCÓLICA

Outono

Escala em gris se diverte

Com a losna claudicante, com a falta de apetite.

Cores gingadas se esvaem

Revelam os segredos mais recônditos

Assumindo o desespero de viver em desarmonia.

A morte insossa e prásina

Duma tarde vacinada, indócil

A contar dos violáceos pelos

A se olvidar de tudo.

Não há nada!

Nem o arquétipo cio da vaga estrada

Nem as polutas vozes a suturarem bobices

Ode ao forjado encostar do astro.

Que, de tão áspero, queima-me assaz

Por hora solta, na conta capa almejada

Por um naco de carne ao espeto, por uma sólida mania de vezo.

Apartem da sala o passo forte e febril!

O suspirar das muralhas, o tilintar.

São novelas de cotas diante dos anos

Que se esguelham, que se definham

E se esvaziam perante as rugas do espelho.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 12/05/2015
Código do texto: T5239449
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