Ode a Fernando de Noronha
Ao meu irmão Omar José.
Fernando de Noronha –
Fernando de Noronha –
Rochoso colar,
extraordinário jogo
de escuras contas de salgadas
pedras marinhas.
És o atlântico repouso da escuna,
esquecido ninho do albatroz,
E erma pousada
de brancas gaivotas que dormitam
afagadas pelo vento.
Áspero
pedregulho
e erguido Paço solitário,
Teu dorso arenoso
é um camelo
de múltiplas corcovas
onde claudicante caminha
a solidão do ilhéu.
Opulenta e aquática mansão,
submarino refúgio da vida,
aberto paraíso
do predador e do golfinho.
Hordas De Seres Mitológicos
Por séculos habitam
tuas ricas conchas submersas, repletas
de alegres pérolas douradas,
Agarram-se resolutos em teus flancos
e ascendem teus firmes costados
de extasiadas caravelas de pedras.
Esculpidas a seu tempo
pelas ondas do oceano turmalina.
Jóia marinha,
vulcânico pingente,
a natureza sempre prenhe te gestou
no ardoroso e líquido magma candente, Obscuro útero de lava e de fogo,
E no calor de um parto incandescente,
te concebeu pela ruidosa fúria
de um vulcão. E logo,
calmamente te deitou, acalentou,
e mansamente te envolveu
nesse vítreo lençol d'água,
Carinhoso
e úmido berço transparente
de verde manta cristalina.
Do livro Fogo de Lua & outros poemas.Recife:UBE/PE,2004,p.22.
PS: Todos os meus poemas estão devidamente registrados no escritório de direitos autorais da Fundação Biblioteca Nacional/Rio de Janeiro/Brasil