OJERIZA AO VERSO CRU?

Prosa

Maneira simples de adoçar o vezo

Rasgado, ingênuo, coxo e lateral.

A prosa poética duma veia cava

A se abalar na manhã dominical

Ao pé do verso, do verbo.

Todos insípidos sons ancorados e gentis

Um cálice brinda o véu obscuro, o vinho.

Primaveril noite

Recaia sobre as tendas faraônicas do amor

Na aresta mais sequinha

Para o aclamar ranger de dor.

Poesia em prosa

Vômito seco no papel umedecido

Não enoja, enleva!

Traz nunces tais aos almiscarados suores

Das essências polidas que exsudam

A brincar, a enxovalhar o desdém.

Nem começo a verter e já ouço o estampido mórbido

O sentido tórrido da vida a alimentar

O entorno duma alma relutante

- encéfalo pensante -

Por séculos e séculos de inebriado gozo.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 30/11/2015
Código do texto: T5465769
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