OJERIZA AO VERSO CRU?
Prosa
Maneira simples de adoçar o vezo
Rasgado, ingênuo, coxo e lateral.
A prosa poética duma veia cava
A se abalar na manhã dominical
Ao pé do verso, do verbo.
Todos insípidos sons ancorados e gentis
Um cálice brinda o véu obscuro, o vinho.
Primaveril noite
Recaia sobre as tendas faraônicas do amor
Na aresta mais sequinha
Para o aclamar ranger de dor.
Poesia em prosa
Vômito seco no papel umedecido
Não enoja, enleva!
Traz nunces tais aos almiscarados suores
Das essências polidas que exsudam
A brincar, a enxovalhar o desdém.
Nem começo a verter e já ouço o estampido mórbido
O sentido tórrido da vida a alimentar
O entorno duma alma relutante
- encéfalo pensante -
Por séculos e séculos de inebriado gozo.