PELO AMOR DOS DEUSES

A sufragar, ramos de prímula

Fotossintetiza e adverte

A vida é mesquinha, efêmera.

Despetala e cai o vergão da prosa

Gostosa, saliente

Totalmente inconsequente.

Plágio de felicidadezinha

Cópia do nada, claudicantes notas na harpa inconsolável

E o mar à espreita.

Valemos o que sentimos

Não somos dono de tudo

Mas, sentimentos hão em nossos poros, ignotos que sejam

Serão purificados, alvejados, dilacerados e novamente requisitados.

Às almiscaradas auroras de pedra

- vir-me-ão eruditas, tolas e sapientes -

Os meus mais rasgados obséquios.

Não reticente está o verbo... A obstar

A me cravar na face o caminho

Com gotas dolentes dum inescrutável fel

Instado em admirável vontade de amar.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 15/12/2015
Reeditado em 15/12/2015
Código do texto: T5480821
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