PELO AMOR DOS DEUSES
A sufragar, ramos de prímula
Fotossintetiza e adverte
A vida é mesquinha, efêmera.
Despetala e cai o vergão da prosa
Gostosa, saliente
Totalmente inconsequente.
Plágio de felicidadezinha
Cópia do nada, claudicantes notas na harpa inconsolável
E o mar à espreita.
Valemos o que sentimos
Não somos dono de tudo
Mas, sentimentos hão em nossos poros, ignotos que sejam
Serão purificados, alvejados, dilacerados e novamente requisitados.
Às almiscaradas auroras de pedra
- vir-me-ão eruditas, tolas e sapientes -
Os meus mais rasgados obséquios.
Não reticente está o verbo... A obstar
A me cravar na face o caminho
Com gotas dolentes dum inescrutável fel
Instado em admirável vontade de amar.